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quarta-feira, 28 de julho de 2010

"Eu Não Posso Fazer Isto"





Estávamos, Nice eu na feira de adoção, quando ela contou-me sobre o mais novo animal resgatado pela Ama. Tratava-se de um animal que tinha sido atropelado, que chorava muito de dor.
- Não tinha lugar na Ama. Mas eu podia deixá-lo na rua? Eu não podia fazer isto. Eu não posso fazer isto. - então contou-me como o abrigara em sua casa até que surgisse um canil para onde o animal pudesse ir.

Outro dia, na casa de Rosa, ela me contou sobre como resgatou uma cadela brava e seus filhotes dentro de um canteiro numa praça.
- Estava formando para chover - disse Rosa - Se chovesse, os filhotes morreriam afogados. Eu tinha que resgatá-la. Eu não ia deixá-los lá. Eu não posso fazer isto, ne?

Rízia, contando sobre como a casa dela se tornara, assim como a de Rosa, uma extensão da Ama. As pessoas simplesmente abandonavam em sua porta, como faziam na casa de Rosa e na Ama. Então, numa feira de adoção ela contava sobre sua nova inquilina.
- Linda, a gata. Linda demais... logo consigo um dono na rua. Eu não podia fazer isto com ela, largá-la pro lado de fora da porta.
Além dos gatos e cães saudáveis, Rízia particularmente abriga os muito doentes. Ela tem como amiga uma cadelinha Pincher chamada Belinha, que trouxera da Ama. A justificativa? "Eu não podia faer isto, ne? Deixar a cadela na Ama... é um animal que precisa de mais cuidados, pois é tetraplegico.

Outro dia, estava na loja de minha mãe. Em frente tem um transito frenetico. Estava eu a olhar pros carros quando passa um filhote de cachorro correndo, assustado, quase sendo atropelado a cada segundo. Meu coração deu um salto. Eu também não poderia fazer isto. Deixá-la morrer à sua propria sorte, bem ali na minha frente. Sai correndo atras dela, numa cena, confesso, cômica. A cadela - depois soube que era fêmea - estava muito assustada e queria me morder quando eu fazia menção de pegá-la. Nisso, eu tinha que com uma mão pedir que os carros parassem, e com a outra, tentar pegar a danadinha. Por fim consegui.

Logo percebo que as pessoas que fazem alguma coisa pelos animais usam esta mesma frase: Eu não podia/posso fazer isto. A INDIFERENÇA não existe para quem se importa. Por isso é que não conseguimos dizer não a mais um animal. Por isso, a gente perde noite pensando em como ajudar. Quem se importa nunca será diferente.

Na foto, a cadelinha que parou o transito.