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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Francisco de Assis da Ama

Numa viagem que Nice fez, ela ganhou de algum parente dela, uma imagem de São Francisco de Assis. Nice, pra mim, assim como Rosa e outras pessoas que eu conheço, estão num nível acima de religiões. Estão num lugar onde não existe quatrocentos deuses. Existe a bondade, o respeito e o amor.. E é justamente isso que elas significam pra mim. Se alguém dá pra Ama uma imagem de um homem santificado, que é símbolo, dentre outras coisas, de amor aos animais, a imagem será muito bem aceita. A gente tratou de ajeitar um pequeno altar para o Santo. Flores de plástico amarelas e brancas, coladas com cola quente, formaram o altar; coloquei São Francisco de Assis numa altura à prova das traquinezas dos cães da Ama.
É verdade que ninguém nunca acendeu uma vela para ele, mas acho que o Santo entende que não há tempo para queimar velas em sua homenagem, quando há vidas a serem salvas e cuidadas, ali mesmo, sob seus pés de gesso. Podemos dizer que os últimos meses, pra Ama, foram proveitosos. Estamos distante de sermos o que almejamos, mas estamos caminhando. Tivemos um bazar, que foi fechado no sábado, e ontem, domingo, as coisas do bazar estavam espalhadas pelo pátio da Ama. O bazar havia nos ajudado muito, não estivemos em dificuldade nos meses que ficamos ali, vendendo coisas que recebíamos como doações. Mas tivemos que desocupar o ponto. Enquanto carregava algumas caixas para dentro de um dos cômodos, eu olhei para a imagem, hoje cheia de poeira. Já não era mais reluzente como no dia em que fora colocada ali. As flores estavam cobertas de pó.
Parei em frente a ele, fechei os olhos e agradeci. A um santo? Se foi um santo, ou qualquer pessoa do bem que nos ajudou, não importa. O que importava era que a gente tinha conseguido muitas coisas naqueles últimos tempos. Foi uma prece dirigida a São Francisco, mas que podia ser para qualquer divindade. A Deus, seja lá o que seja Deus, por que eu tenho certeza que a inteligência humana está muito longe de entender “o que é’ Deus... Eu agradeço todos os dias a Deus. Por ter saúde para ajudar essas criaturas, por ter a Ama, por ter a maravilhosa oportunidade de realizar alguma coisa no bem. Por cada animal que eu vejo bem. Costumo, quando coloco os animais dentro dos canis e ajeito suas caminhas, dizer-lhes:
- Que Deus e São Francisco abençoem muito vocês.
Por que não? Somos todos filhos de Deus. Sem distinção. Um dia arrumarei um tempo para limpar São Francisco daquela poeira toda... terei tempo de, pelo menos uma vez, acender uma vela pra ele. Mas o que importa é que dentro do meu coração há um templo, para São Francisco, para Buda, para a Deusa mãe. Para Nice, para Rosa, para Nina Rosa, para Telma Lobão, para todas as pessoas anônimas que eu vejo, na internet, lutando pelos direitos dos animais. Para as pessoas que escrevem suas tristezas em seus blogs e que escrevem suas alegrias. Essas pessoas são heroínas pra mim. São pessoas que lutam por um ideal, que não cruzam os braços e esperam tudo melhorar. São pessoas que acreditam na beleza da vida, no milagre que existe em cada criaturinha dessas. São animais que morrem, animais maltratados, são demonstrações de amor... Para todas essas pessoas, todos os dias, há uma prece em meu coração. Nós estamos juntos nisso e nós vamos vencer. Eu acredito nisso.

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