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domingo, 19 de julho de 2009

MINHA ROSINHA

Hoje na Ama foi um daqueles dias de subir a raiva e descer a fúria.

Vamos contar primeiro a história de Rosinha...
Eu ja tinha visto Rosinha várias vezes no centro da cidade. Mas eu não podia levá-la pra Ama. Estávamos lotados, como sempre. Mas me doia o coração vê-la na rua! Como me doía... eu sabia que ela seria nossa de algum jeito. Um dia eu estava na casa de uma das mulheres da Ama, Rosa, e ela me chamou pra gente resgatar uma cadela alí no centro. Fomos. Quando vi de longe, não acreditei em meus olhos! Era ela, a cadelinha que eu estava vendo ha dias. E ela, quando nos viu, com coleira nas mãos, correu. Consegui contorná-la e a levamos conosco, para um banho na clinica veterinária. Provavelmente ela ficaria na casa de Rosa, mas qual não foi minha agradável surpresa em abrir o portão de ferro rosa da ama e vê-la entre os cães. É, Rosinha estava destinada a ficar perto de mim. A gente acredita nessas coisas quando coisas maravilhosas nos acontecem, "por coincidencia". Eu não acredito em coincidencia.

Você deve pensar... Estaria essa doida da Scheyla falando isso de uma cadela? Sim, ela está falando isso de uma cadela. Rosinha. MINHA ROSINHA. Desde o dia em que a vi. Depois de uns dias na Ama, percebi que ela era rosada em varias partes do corpo e decidi chamá-la de Rosinha. Um perigo, se você quer saber. Colocar nome é se apegar muito mais. Eu sempre tomo o cuidado de não colocar nomes, mas não resisti. Não resisto nunca. Estou sempre quebrando minhas regras acerca de como não se apaixonar por animais que estão para serem adotados. Mas Rosinha ficou mais de um ano sem ser adotada, até que um dia me aparece uma miseria em pessoa e resolve levar com ela a MINHA ROSINHA. Eu não estava presente. Não ia deixar isso acontecer. Mas aconteceu. Senti falta dela todos os dias que se passaram. Eu sentia que ela não estava bem. Sentia falta daquela gordinha correndo pra roubar ração. Das brincadeiras dela com a outra, Ciganinha. Hoje eu estava super ocupada, fazendo curativos em Pretinha. Minha pretinha. Ninguém vai pegar Pretinha... (@*&¨$@#!)Quando alguém bate na porta. Quando eu abro, dois moleques portando a MINHA ROSINHA, toda imunda, arredia, matratada... e muito magra. Ah, vei... na hora que vi aquilo, fiquei sem reação. Quase que fogem uns tres cães da Ama, eu deixei a porta aberta e nem percebi.
- Rosinha!
- Minha mãe mandou trazer aqui. - "trazer aqui", como um casaco velho, um sapato. Quem essa vadia pensava que era? Ainda por cima, Rosinha estava amarrada com uma corda horrivel.
- O que vocês fizeram com ela?! - perguntava eu, incredula, puxando uma cadela que fugia e trancando o portão. Nem me importei com a sujeira de Rosinha. A peguei no colo e a abracei, como a um bebê. - Diz pra sua mãe nunca mais aparecer aqui. Se ela pisar aqui, eu vou meter um processo nela.
- Mas ela não queria comer nada. Tava lá, nem tá andando. - Minha furia estava tão clara, que a voz dos meninos foi sumindo.
- Vou mandar prender tua mãe por maus tratos, desgraça. Sai daqui! - e lá se foram dois garotos assustados.
Bati o portão com força. O coração sangrando por ver Rosinha daquele jeito. Não dá pra explicar a sensação, a feição dela. Com cara de quem foi vitima de tudo de ruim. Com cara de animal hostilizado. Porra, vei... Pra que as pessoas vão buscar animais que já sofreram tanto e que estão bem, pra fazer isso? Não entra, definitivamente, em minha cabeça, a ignorancia humana. Não entra e nunca vai entrar. Eu sou capaz de matar essa mulher. Ah, se sou.
Dei um banho demorado em Rosinha, enquanto a afagava e dizia que agora ela estava bem, que estava em casa. E dessa casa, ela só vai sair quando eu investigar quem vai adotá-la. Uma pessoa decente. Sabe-se lá quanto tempo minha Rosinha vai demorar pra estar bem de novo, gordinha, feliz. Mas ela ficará. Enquanto que quem fez isso com ela, vai precisar de muito Deus, ou seja lá que ela deva acreditar. A vida e a justiça divina a farão pagar cada sofrimento que impôs a Rosinha. Quanto a mim, posso garantir que Rosinha estará em ótimas mãos.


Um desabafo de quem viu todo um trabalho jogado fora mais uma vez pelas rudes mãos humanas. A BURRICE HUMANA NÃO TEM FIM!

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